This is just a weekend report that I decided to share here to get away from the topics I've been addressing more seriously lately. A little adventure.
We were coming back from the waterfall, on those long long roads of smooth and warm asphalt in the neighboring city, it is an important part of the experience of going to the waterfall we usually go to, because this long, motionless asphalt with a colonial and bucolic landscape around it serves as an instrument transitions to and from the waterfall. Nothing out of the ordinary that afternoon, we heard some random sound on the radio and in a certain part of the road the car started to sort of crash, sort of repress itself with the throttles I was giving, expecting a basic answer (which would be: go! Don't stop! !) and with each accelerated speed he retreated more in the roar of an engine. A symptom that in the last month has become familiar to me, which could mean that A: it's a damn car that consumes more gas than those good-looking young sports cars whose clothes smell like new cotton and high-quality fabric softener , gold chain, watch that even measures nail growth and compares it to the nail growth rate of previous months to see if the individual's keratin production is at a good level, sneakers so soft and so white that never stepped on the dusty floor of a world without concrete, or B: the damn fuel tank float that was replaced last week was a problem, which would make no sense since, as I said, it was replaced!
The result was that the car died right next to a grocery store (which seemed to be the center of attention in this micro-city, or village). Neither I nor Mariana nor Eber entered a sincere state of stress with the situation that could be very stressful if observed by a certain irritable depressive bias. Perhaps it was because we had consumed some mushrooms at the waterfall and our mood was so good, or perhaps it was because we simply knew that any dramatic or angry attitude would not resolve the situation any better than the way we were acting. The first thing I did was to try to look for a cell phone area on a side of the road that was higher, and while I was trying unsuccessfully I asked a guy to get out of his car in front of a small evangelical church where I could get cell phone signal over there. , and he said just a few miles ahead, I explained the car's situation and said it could be engine oil problem. He very generously arranged a ride for me with his father to a farm nearby that had motor oil.
The trip there was quite curious. The very kind but rather silent gentleman wore a pandemic mask on his chin, had his hair combed back (like any good little gentleman), was blind in one eye and skinny as the little gentlemen used to be. There was a characteristic smell of body heat in the car, not sweat but a kind of skin heat that gives off when you're clean but it's hot. The passenger seat was strangely soft, as if it didn't have an adjustment lock for reclining, so as the old man accelerated I went back and forth like a "bop bag". And the most interesting thing was the music. A firm, solid rock, with thick guitar riffs and rhythmic drums, accompanied by a husky vocal from someone who was probably also a pastor, singing firmly: -Jesusss, it's the Loooord!
I bought the oil, thanked the gentleman for the ride. I put the oil on, it didn't work. It only had to be the actual damn gas (which I couldn't believe, after all, not only had I put in enough gas previously, I'd fixed up the gas float that showed I supposedly had at least a third of a full tank), and I needed ask a friend for help. I called him and asked him to come with gas, and he was ready to pick us up, in case it wasn't a gas problem. And during this excruciating wait, we bought some appetizers at the market and some beers, there wasn't much to do but laugh at the situation, wait and eat. We had some good laughs over the hypothesis that our joint psychiatrist (yes, all my friends go to the psychiatrist, and there's only one psychiatrist in my town) was responsible for sabotaging the car to do a social psychological experiment with his patients and see the reaction of each one losing sanity in the endless wait for rescue.
Anyway, my friend arrived, we put gas and apparently that was it. The goddamn dial was off and the tank was empty. We returned though with some fear that the car would go out on the way, but everything worked out. And all of this has very firmly reinforced my decision to get rid of this car, which has been extremely problematic and has given me a lot of damage in recent months. It's going to be a new phase, having to always walk or cycle, but that's far from being a problem. If I manage to sell it, I'll still be able to pay some bills and organize myself financially. And soon, I'm sure, I'll have the opportunity to change cars and get a much better one than this one that has left me much more stressed than satisfied.
Thômas Helon Blum
Português
Esse é só um relato de fim de semana que resolvi compartilhar aqui para sair um pouco dos temas que venho abordando de forma mais séria ultimamente. Uma pequena aventura.
Estávamos voltando da cachoeira, naquelas longas longas vias de asfalto liso e quente da cidade vizinha, é parte importante da experiência de ir na cachoeira que costumamos ir, por que esse longo asfalto sem movimento com uma paisagem colonial e bucólica ao seu redor serve como instrumento de transição na ida e na volta da cachoeira. Nada fora do comum naquela tarde, ouvíamos algum som aleatório no rádio e em determinada parte da estrada o carro começou meio que a falhar, meio que reprimir-se com as aceleradas que eu dava esperando uma resposta básica (que seria: vá! Não pare!) e a cada acelerada ele recuava mais em ronco de motor. Um sintoma que no último mês já se tornou familiar para mim, que poderia querer dizer que A: ele é um carro maldito que consome mais gasolina do que aqueles carros esportes de jovens bem apessoados que tem a roupa cheirando algodão novo e amaciante de alta qualidade, corrente de ouro, relógio que mede até o crescimento das unhas e compara-as com a velocidade de crescimento das unhas de meses anteriores para saber se a produção de queratina do indivíduo está em um bom nível, tênis tão macio e tão branco que jamais pisou no chão empoeirado de um mundo sem concreto, ou B: a maldita boia do tanque de combustível que foi trocada semana passada deu problema, o que não faria sentido, já que, como eu disse, ela foi trocada!
O resultado foi que o carro morreu bem ao lado de um mercadinho (que parecia ser o centro das atenções dessa micro cidade, ou vilarejo). Nem eu, nem Mariana nem Eber entramos num estado sincero de estresse com a situação que poderia ser muito desgastante se observada por determinado viés depressivo irritadiço. Talvez seja por que havíamos consumido alguns cogumelos na cachoeira e nosso humor estava muito bom, ou talvez seja por que simplesmente sabíamos que qualquer atitude dramática ou irritada não iria resolver a situação melhor do que do modo como estávamos agindo. A primeira atitude que tomei foi tentar procurar área do celular numa lateral da estrada que era mais alta, e enquanto tentava sem sucesso perguntei para um rapaz que saia de seu carro em frente à uma pequena igreja evangélica onde eu poderia conseguir sinal de celular por ali, e ele disse que só alguns quilômetros à frente, expliquei a situação do carro e disse que poderia ser problema de óleo do motor. Ele muito generosamente conseguiu uma carona para mim com seu pai até uma agropecuária próximo dali que tinha óleo de motor.
A ida até lá foi bastante curiosa. O senhorzinho bem gentil porém bastante silencioso trajava uma máscara de pandemia no queixo, tinha o cabelo penteado para trás (como todo bom senhorzinho), era cego de um olho e magrinho como os senhorzinhos costumam ser. Havia um cheiro característico de calor corporal no carro, não era de suor, mas de uma espécie de calor da pele que exala quando você está limpo mas está quente. O banco do passageiro era estranhamente mole, como se não possuísse trava de ajuste para reclinar, então conforme o senhorzinho acelerava eu ia para trás e para frente como um "joão bobo". E o mais interessante era a música. Um rock firme e sólido, com riffs encorpados de guitarra e bateria ritmada, acompanhado por um vocal rouco de alguém que provavelmente era também um pastor, cantando firmemente: -Jesusss, é o senhooorr!
Comprei o óleo, agradeci o senhorzinho pela carona. Coloquei o óleo, não funcionou. Só restava ser a maldita gasolina de fato (que eu não queria acreditar, afinal, não só eu havia colocado bastante gasolina anteriormente como eu havia arrumado a boia de gasolina que mostrava que supostamente eu tinha pelo menos um terço do tanque cheio), e precisei pedir ajuda para um amigo. Liguei para ele e pedi para que viesse com gasolina, e pronto para nos buscar, caso não fosse problema de gasolina. E nessa espera excruciante compramos alguns aperitivos no mercado e algumas cervejas, não restava muito o que fazer se não rir da situação, esperar e comer. Demos algumas boas risadas sobre a hipótese de que nosso psiquiatra em comum (sim, todos os meus amigos vão no psiquiatra, e só existe um psiquiatra em minha cidade), era o responsável por ter sabotado o carro para fazer um experimento social psicológico com seus pacientes e ver a reação de cada um perdendo a sanidade na espera infinita pelo resgate.
Enfim, meu amigo chegou, colocamos gasolina e aparentemente era só isso mesmo. O maldito mostrador estava desregulado e o tanque estava vazio. Voltamos embora com certo receio do carro apagar no meio do caminho, mas deu tudo certo. E isso tudo reforçou com bastante firmeza minha decisão de me livrar desse carro, que tem sido extremamente problemático e me dado muito prejuízo nos últimos meses. Vai ser uma nova fase, ter de andar sempre à pé, ou de bicicleta, mas longe disso ser um problema. Se eu conseguir vendê-lo consigo ainda pagar algumas contas e me organizar financeiramente. E logo, tenho certeza, terei oportunidade de trocar de carro e pegar um muito melhor do que esse que tem me deixado muito mais estressado do que satisfeito.
Opa, na próxima viagem de Cogu pode me chamar, haha
Kakak, boa, chamo sim!
Cara, quando começa a dar muito problema é hora de trocar mesmo. Embora você esteja cuidando e mandando arrumar. Não compensa.
E ter acontecido a pane seca no carro, pode lhe dar outros problemas futuros.
tá aí um dia que foi muito bom num final de semana que foi muito bom numa vida que tá sendo muito boa