O Início do FIM - LIVRO - CAPÍTULO 03 - O Reinício

in #palnet5 years ago (edited)

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Capítulo 3 – O Reinício

05:03h
Daniel ainda meio atordoado, tentava sair do meio dos escombros, sem acreditar no que via ao seu redor. A fazenda estava totalmente preta, coberta por um pó. Uma neblina cobria o ambiente, e não se enxergava mais do que 10m a frente e o dia ainda não havia amanhecido direito. Apesar de toda essa cena, Daniel notou que o casarão estava intacto a princípio.

- O que é isso tudo? – Perguntou para si mesmo em voz alta enquanto se abaixava para ver o chão parando imediatamente, uma dor na cabeça o fez o levantar. Levou a mão a cabeça e notou que havia se cortado com a queda, mas não parecia nada grave.

Após analisar a região da cabeça com sua mão, voltou a atenção ao chão da fazenda. O pó preto lhe intrigava, parecia uma espécie de carvão, com mistura de plástico e metal. Notou também que o céu estava todo encoberto, e não eram nuvens normais de tempo nublado apesar da dificuldade de ver antes do sol nascer. Eram mais densas e escuras e apesar de estar no verão, um ar gelado o fazia se encolher.

- Isso tudo é uma loucura! – Falou enquanto olhava para Bob. – Será que foi algum tipo de meteoro que caiu aqui? Só pode ser isso.

Daniel ficou pensativo por um momento, parado com um olhar profundo. Tentando lembrar tudo o que fez antes de cair desacordado. Em vão, a dor de cabeça começava o incomodar.

- Venha Bob, vamos lá para dentro. Provavelmente alguma coisa deve estar passando no noticiário.

Daniel entrou no casarão com Bob atrás dele. Pegou a ração, colocou no pote para o Bob, e trocou a água.

- Coma Bob, você deve estar com fome desde ontem – Falou enquanto se dirigia para ligar a TV.

Apertou para ligar e nem sinal fez. Checou o cabo na tomada, olhou para a lâmpada e foi até o interruptor ligar, notou que estava sem luz.

- Ah que beleza! É claro que não podia ser tão simples assim – Disse colocando as mãos na cintura e pensando no problemão que teria para resolver.

Procurou então pelo seu rádio a pilha, ligou e nenhum sinal de rádio encontrou. Então, começou a se preocupar e pensar nas causas possíveis.
Será que foi um meteoro mesmo? E se aqui foi só alguns fragmentos a milhares de distância de onde foi a queda principal? Oh céus! Isso não pode estar acontecendo. Preciso saber o que houve. Preciso saber de Alice – Pensou.
Saiu correndo da sala em direção as escadas para subir até seu quarto para buscar seu celular. Tudo bem que Alice está a mais de 5mil Km daqui, mesmo assim preciso de notícias dela. – Pensava enquanto corria em direção ao quarto. Entrando nele, encontrou facilmente o celular onde tinha deixado antes de dormir. Ao pegar, outra surpresa. Não havia sinal.

- MAS QUE DROGA! – Gritou jogando o celular na cama – QUE DROGA! Preciso fazer alguma coisa e rápido.

Saiu do quarto com passos largos, já ciente do que faria, desceu as escadas pulando degraus, foi até a cozinha e procurou no chaveiro por uma chave específica. Pegou ela e saiu do casarão rumo ao galpão. Foi aí que lembrou – O GALPÃO! Eu estava indo lá buscar o Bob quando aquela bola de fogo quase me acertou! – Relembrando tudo o que aconteceu na noite, caminhava em direção ao galpão quando se deparou com o estrago feito com a queda.

- É claro, tudo só vai piorar eu acredito! – Disse enquanto parava em frente onde seria a entrada do galpão.

Daniel não tinha percebido quando acordou alguns minutos atrás a situação que tinha ficado o galpão. Nem tinha como ter visto devido a neblina forte que tampava a visão de onde estava antes. O galpão estava destruído pela metade. Era impossível entrar. Mistura de madeira com ferros amassados, queimados e um grande buraco na frente. Ao mesmo tempo pensou na sorte e agradeceu pelo Bob não ter sido atingido.

- Alguns segundos a mais ou a menos e talvez eu nem estivesse aqui – Falou baixinho refletindo mais positivamente agora, enquanto olha o buraco.

O buraco tinha 5m de diâmetro com uma profundidade maior no centro de um pouco mais de meio metro e havia pedaços de destroços que Daniel tentava identificar.

- Isso parece pedaços de um tipo de aeronave, algum tipo de construção, satélite. Será que algum tipo de satélite caiu na atmosfera e exatamente aqui? Ou pelo tamanho do estrago alguma estação espacial? Talvez isso explique o porquê da falta de sinal... Mesmo assim muito estranho a característica que o chão aqui ficou... E ainda mais esse clima estranho, esse frio, essas nuvens tão escuras... Seriam interferências solares? Lembrou que tinha visto uma matéria dias atrás que as erupções solares estavam mais intensas ultimamente e que o planeta iria sofrer nos próximos dias uma das mais fortes da história.

- Talvez seja isso – Falou baixo olhando para o céu. Agora lembro que uma vez, uma certa região do país havia ficado sem comunicação devido as interferências solares – Pensando enquanto continuava a olhar para o céu.

- Ok! Preciso entrar aí dentro! – Disse enquanto voltava a olhar para entrada do galpão.

Daniel rumou em direção ao barraco que em que havia caído mais cedo. Procurou entre os escombros a sua marreta. Ao encontrar, segurou ela em sua mão como se fosse o Thor pronto para uma batalha.

- Vamos ver se eu não entro aí agora! – Falou em voz alta.

Andou em volta do galpão indo em direção aos fundos. Chegando lá, parou bem ao centro da parede e começou a dar marretadas para abrir a parede. Não precisou de muitas para começar a criar um buraco. Em pouco mais de 5 minutos já tinha sua entrada feita. Se sentiu cansado e sua cabeça voltou a doer, além do mais, estava sem comer ainda, apesar de ainda ser cedo para o horário de costume que tomava café. Devido as dores na cabeça, se sentou ao chão para poder aliviar. Com as mãos para atrás apoiando o peso do seu corpo, inclinou o pescoço para trás, olhando novamente para o céu. O dia estava querendo clarear, e logo algo chamou sua atenção.

- Não! Isso não pode ser possível! – Falou enquanto se levantava e com uma mão esfregava seus olhos para poder olhar melhor. Melhorando a visão, estremeceu quando confirmou o que via.

As nuvens densas estavam começando a desaparecer, em algumas partes do céu já dava para olhar sem as nuvens tampar. E por coincidência, em uma dessas faixas limpas, dava para ver a lua cheia antes dela desaparecer por causa do horário. Mas a lua não estava mais “cheia”. Faltava um pedaço dela. Simplesmente ¼ da lua havia sido arrancado na parte de cima ao oeste.

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Parabens!, @hranhuk. Seu post recebeu um upvote de 5% por usar a tag pt

Já li os 3 capítulos e a riqueza de detalhes com a qual você narra a história é muito boa (bem no estilo de um livro mesmo)!

A trama em si está bem interessante (um lugar comum, com acontecimentos que desafiam a realidade) e talvez por serem capítulos curtos eu esteja sentindo falta de interação com outros personagens.

No entanto, se a sua intenção é criar uma história mais "intimista" (aquelas centradas em poucos personagens), está seguindo um caminho promissor principalmente por estar misturando elementos totalmente opostos (esse lance da lua perder a sua metade, por exemplo em contraste com a "chuva de meteoros" foi demais).

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Muitoooo obrigado pelo seu feedback

Eu não sou um entendedor de língua portuguesa, gramática e nem nada. É um desafio enorme para mim aqui. Escrever e não ter ideia se estou fazendo corretamente. É claro que se fosse para publicação, teria gente contratada para fazer somente isso. Então, pelo desafio de eu escrever e criar isso, tem sido prazeroso para mim, ao mesmo tempo uma certa inquietude pelo fato de eu não saber se os outros estão entendendo a maneira que escrevo. Então, muito obrigado!

Agora, preciso terminar os próximos capítulos. Mas, fique tranquilo que irá entrar novas coisas aí =P

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Escrever um livro é um processo extremamente complicado e minucioso, embora prazeroso (creio eu).

Minha experiência é mais com roteiros de filmes (que eu já escrevo há um tempo), só que são dois tipos de escritas completamente diferentes. Particularmente, eu acho que a escrita do livro é mais desafiadora porque requer mais imaginação para "materializar" tudo no papel através das frases / textos... Diferentemente do roteiro, que tem o auxílio das imagens para mostrar tudo (mas é claro que também é algo muito complicado de se fazer, se for algo de qualidade).

Tu tais no caminho certo e eu estou ansioso para ler os próximos capítulos. Ah, e sobre os possíveis poucos personagens: Isso pode ser algo bom... Desde que a história seja envolvente o suficiente para prender a atenção do leitor. ;)

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