Os tokens DeFi 2.0 não são stablecoins, mas...

in #pt2 years ago

Pra uma moeda manter uma certa estabilidade do poder de compra e reduzir a volatilidade ela tem que ser baseada em algum ativo colateral (como é o caso do USDT, USDC, DAI, VAI, etc...), ou então "ser o seu próprio Banco Central".

Com o termo "ser o seu próprio Banco Central" me refiro a ser capaz de ajustar a aferta à demanda. Isso pode ser feito tornando a oferta variável com a demanda, como é o caso dos tokens rebase, onde o mais famoso é o Ampleforth, mas existem vários outros: https://coinmarketcap.com/view/rebase, ou então o próprio protocolo do token contém a sua própria reserva, e sabe como incentivar as pessoas a comprar o token, aumentando a procura pelo mesmo.

Isso é basicamente o que está acontecendo com os tokens DeFi 2.0. O protocolo desses tokens contém uma reserva de colaterais, que é usada para garantir um preço mínimo e a liquidez do próprio token, ao mesmo tempo que usa elas pra incentivar a compra ou o stake. Ou seja, o protocolo do token gasta o dinheiro que depositam nele de forma inteligente pra atrair ainda mais dinheiro e valorizar ainda mais o token. Isso vira uma bola de neve que tende a valorizar o mesmo.

Porém uma hora alguma baleia investida fortemente no token vai querer realizar o lucro, e aí o preço da moeda começa a cair. Essa queda desincentiva as pessoas a investir no token, o que provoca mais queda ainda. Até o momento que a capitalização total do token fica igual ao valor do colateral existente em suas reservas. Nesse momento o próprio deixa de emitir novos tokens pra pagar os stakes (o APY passa a ser zero) e começa a fazer o burn dos tokens em excesso pra manter o preço mínimo, que se não me engano é de 1 DAI.

Bem acho que é mais ou menos assim que a coisa funciona. Mesmo que não esteja 100% correto, serve pra dar uma boa noção de como é a ideia por trás da nova onda dos tokens 2.0 que promete revolucionar tudo (ou não).

E pra finalizar
Uma musiquinha pra relaxar (não tem nada a ver com o tema do post rsss)

Sort:  

O "ser seu próprio Banco Central" meio que fere a ideia de descentralização. Mas pode ser contornado em um DPoS em que os stakeholders tenham poder de voto.

Não porque é tudo gerenciado por código de forma transparente e confiável.