Rei Duncan de Albion: o português que governa uma micronação ao estilo Game of Thrones

in HiveBR2 years ago

Quem vê o comerciante português Ricardo Magalhães, 31 anos, nas ruas de Leiria, cidade de pouco mais de 50 mil habitantes, distante 136 km de Lisboa, nem imagina que ele é uma figura importante do chamado Micronacionalismo Lusófono, hobby onde pessoas se reúnem para criar países na internet.

Lá, ele é o Rei Duncan III, do Grande Reino de Albion, uma micronação ao estilo da famosa série medieval do canal a cabo HBO, Game of Thrones. Albion ocupa o território macro da Grã-Bretanha, além de ter a Irlanda como seu protetorado.

Sua história no micronacionalismo começou há 6 anos atrás. Ricardo conheceu o hobby através de um site da Itália (micro). pensou então em fundar o Reino das Berlengas e, por fim, chegou até Portugal e Algarves. Após, fundou o Reino da Espanha com seu pai micro, Tiago Melloni, comandou a Escócia no Império Britânico e, quando o Imperador Leopoldo, rei da Inglaterra, abdicou do trono, Ricardo, já em posse do nome Duncan, viu a oportunidade de criar Albion, usando o mesmo domínio da antiga micronação.

Quando indagado sobre o que mais se interessa no hobby, Ricardo é enfático: “O meu incentivo é a política… A política, diplomacia e claro o desporto (risos) a cfm”. Para tornar o micronacionalismo mais popular, Ricardo sugere maior interação entre as diferentes micronações. Para isso, pretende lançar um projeto que vem a ser uma remodelação das Micronações Unidas, inspirada na ONU. “É uma plataforma de interação política, social e econômica e, uma grande ferramenta, o já conhecido banco que nos oferece o pacote lusofonia”, resume ele.

Mas, como ensina Dominic Toretto, personagem de Vin Diesel na série de filmes "Velozes e Furiosos”, a coisa mais importante na vida é a família. E Ricardo sabe disso muito bem. Ainda em Portugal e Algarves, Melloni criou a família Saxe-Coburgo-Gotha, que seguiu até a Espanha, e chamou Ricardo para entrar nela. Após, sua irmã Beatriz também virou sua irmã micro e entrou para o clã (palavra engraçada para Ricardo). Hoje, seus filhos também o seguem no micronacionalismo: Francisco ainda está na Espanha, e Filipe o seguiu para Albion.

Mas nem tudo são flores no micromundo. Existe uma rixa entre as diferentes correntes micronacionais, o Derivatismo, mais comum na anglofonia (países de língua inglesa), e o Modelismo, mais praticado na lusofonia (que usam o português). Sobre isso, Ricardo é enfático sobre sua definição: “Uma parvoíce, uma perda de tempo, pois pode haver ambos”. Parvoíce significa idiotice, imbecilidade, e isso resume bem a opinião de Ricardo. Mas há jeito certo ou errado de praticar micronacionalismo? Ricardo responde: “Acho que existem opiniões e não certo ou errado”. Mas, afinal, qual é a ambição de um micronacionalista tão experiente? Ricardo responde: “Quero ver meus filhos serem grandes micronacionalistas, quero que Albion cresça bastante e espero ver ainda um boom de pessoas no micromundo e se for pelo meu trabalho ótimo”.

Texto escrito por mim e publicado no jornal digital Estado Livre, do qual fui sócio. publicado em 29/07/2021

Sort:  

Congratulations @matheuslourenco! You have completed the following achievement on the Hive blockchain and have been rewarded with new badge(s):

You received more than 10 upvotes.
Your next target is to reach 50 upvotes.

You can view your badges on your board and compare yourself to others in the Ranking
If you no longer want to receive notifications, reply to this comment with the word STOP

Check out the last post from @hivebuzz:

Hive Power Up Month - Feedback from February day 25
Support the HiveBuzz project. Vote for our proposal!