O PT fez em menos de 60 dias, literalmente tudo o que criticou no Bolsonaro nos últimos 4 anos

in #brasillast year (edited)

Para a surpresa de quase ninguém, o Teatro das Tesouras se mostrou, mais uma vez, correto. Desde que Lula anunciou sua aliança com o Alckmin e a mídia fez de tudo pra abafar esse fenômeno paranormal, pra dizer o mínimo, eu já sabia o que estaria por vir. Campanha vazia, ausente de propostas, com um monte de falas bonitas para o povão menos instruído, mas que no fundo, eram apenas mentiras contadas por um lobo em pele de cordeiro. “Voltar a comer picanha e tomar uma cervejinha” foi a que mais marcou e resumiu todo o período de campanha do PT, ou seja: nada mais que uma fachada. Populismo barato, puro e simples. Já estamos indo para o terceiro mês desse novo governo e a realidade “picanhêira” não está apenas longe, mas cada vez mais distante, praticamente deixando de existir.

O mais irônico não é o fato de que toda essa desgraça estava mais que premeditada a acontecer, mas sim que viera tão rápido. Cansei de ver “não-petistas” esbravejando nas primeiras semanas que “não é hora de criticar o governo ainda”, quando víamos ser anunciado um empréstimo do BNDES para a Argentina, a já não tão lembrada construção de um gasoduto que não apenas não temos aqui no Brasil, mas também é um projeto que transportará um dos gases mais poluentes e nocivos ao meio ambiente. Um governo que viria para acabar com o descaso do Bolsonaro para com a natureza, eles disseram. Isso até virmos em primeira mão a notícia de que o desmatamento na Amazônia bateu recorde no mês passado. Me admira que a grande mídia teve culhões de noticiar este fato.

As “obras” da gestão petista não deixam a desejar. Quem avisou o que viria a acontecer, não se desapontou. No mau sentido. Usando apenas o mês de fevereiro como parâmetro de referência, tivemos a suspensão da lei que criou o piso nacional de enfermagem, por 7 votos a 4 no STF, ministros que, espero não estar surpreendendo ninguém ao dizer, são majoritariamente petistas. Também vimos muito o que desde as eleições de 2018, a esquerda atribuía ao ex-presidente (na época, candidato) Jair, censura e controle das mídias sociais. Moraes anunciou um projeto de regulamentação na maior cara de pau, visto que em 2019, o ministro era um grande porta-voz na pauta da liberdade de expressão e, de acordo com ele, o “sagrado direito à crítica”. Leitores podem tentar argumentar comigo que é apenas uma prevenção contra a disseminação de fake news, porém eu não apenas discordo totalmente desse papo furado, como trago exemplos de que é, sem sombra de dúvidas, apenas uma desculpa do governo para censurar opositores políticos: a censura prévia do governo ao Brasil Paralelo e a recente “correção” do FBI sobre a possível origem da pandemia de Covid-19. Além disso, como parte do plano de controle da mídia, vimos também o ministro Alexandre quebrar os sigilos das fontes de grandes veículos de comunicação, dentre eles CNN, Veja e Globo News, sigilo este que é resguardado e garantido pela já não tão importante Constituição de 1988.

Mas não vimos apenas uma queda das máscaras na questão verde e “no combate às fake news”. Algo bastante citado por petistas no ano passado seria a suposta ligação do governo anterior às milícias, inclusive digitais. Pois neste governo não apenas temos possíveis ligações, como também afirmação concreta do próprio partido. Além do tal “Gabinete da CUT”, que nada mais é do que uma rede de desinformação e disseminação de ódio contra opositores (o que eles mesmos dizem combater), uma recente “revelação” chocou a população como nunca antes: Daniela Carneiro, ministra do Turismo do governo Lula, não apenas possui uma nítida relação com milícias do Rio de Janeiro, como permite que estas atuem em apoio ao governo de forma direta e transparente. Como a grande mídia e os “cientistas políticos” reagiram a este pequeno e insignificante fato? Com desdém, afinal “é comum que prefeitos do Rio tenham contatos com a milícia, um padrão da Baixada Fluminense que ajuda na governabilidade”. Recapitulando que no governo anterior, esse discurso era alarmista e extremamente inflado, mesmo que não passassem de suspeitas.

Também acompanhamos bem de perto, porém com um forte abafamento da mídia, as agressões a estudantes liberais e libertários na Bienal da UNE. A “explicação”, como sempre, é que estavam lutando contra o fascismo. Por que isso é uma mentira? Simples. A esquerda não sabe o que é fascismo. Tudo vira fascismo com as distorções certas, pra magicamente deixar de ser de um dia para o outro. Exemplo rápido: Geraldo Alckmin. A dita “luta contra o fascismo”, não só no Brasil como no ocidente no geral, visto que essas pautas sempre acabam migrando pra cá, não passa de uma das milhares de fachadas para o projeto de poder que políticos tanto almejam. Ninguém gosta de fascismo, logo é fácil convencer que você está certo em agredir um indivíduo ao imputá-lo como fascista. Mas se tudo é fascismo, por óbvio, a palavra perde completamente o seu valor semântico e se torna vazia, uma casca seca e pútrida, um mero xingamento com o mesmo peso de um “bobo” ou “feio”. Mas claro que se o caso tivesse ocorrido em 2022 e os papéis tivessem se invertido, as vítimas teriam matéria no Fantástico, viraria pauta em uma CPI e provavelmente seriam estampadas num folheto de campanha em outubro. Em suma, os fascistas são sempre os outros.

Fomos de quatro meses seguidos de deflação para dois meses seguidos de queda na Ibovespa e perdemos nosso posto de melhor país emergente, não por acaso: os mais idiotas e inaptos do país estão ocupando cargos nos ministérios da economia. Lupi, Ministro da Previdência, acha que o país não tem déficit na previdência, gestão Lula prioriza o pagamento de emendas do orçamento secreto para 2023, Haddad, Ministro da Fazenda, declara publicamente que “o mercado é uma meninada dando ordem de compra e venda”, 9 linhas de financiamento para o agronegócio (que ainda é o nosso cavalo de batalha) foram suspensas pelo BNDES, imposto sobre o consumo se torna um dos maiores do mundo (25%), esposas dos ministros de Lula ganharam salário vitalício de 35 mil e por aí vai. Pra quem não gostava muito do Paulo Guedes, acredito que no mínimo bateu agora um sentimento de desespero, se não, de culpa. Críticas e mais críticas eram tecidas ao ex-ministro da economia, mesmo com reajuste mensal na taxa de juros, coisa que ele mesmo previu que viria a acontecer e “especialistas” davam risadas, mas depois se calaram e mantiveram-se acuados.

Os desastres na economia, coincidentemente ou não, não param. Mais e mais impostos serão cobrados da população para custear toda a festança de cargos e mais cargos: Lula anuncia reoneração de gasolina e Etanol, Imposto de Renda terá de ser pago por pessoas que recebem até 1,5 salário mínimo (a proposta de campanha do partido era de, o mínimo, 5 mil reais), cobrança de INSS em cemitérios aprovada pelo STF vai fazer com que o brasileiro pague seus tributos mesmo após morrer, e daqui, podemos esperar de tudo. Quem aí não se lembra do “Tá caro? É culpa do Bolsonaro!”? Eu me lembro muito bem. Período recém pós-pandemia em que os comércios estavam finalmente reabrindo, enquanto petistas criticavam essa atitude de retomada da economia. Agora as críticas ao aumento dos preços não estão apenas mais brandas: elas não existem. Jornais noticiam congelamento de preços no agronegócio (para evitar que eles caiam, vale ressaltar) como uma conquista, celebram o aumento nos tributos sobre a exportação de petróleo, comemoram o fim de desonerações e privatizações de cara limpa. Não dão a mínima para o povo, não ligam se o brasileiro ainda passa fome, apenas usam os pobres como palanque, ou melhor, como degrau para se manterem em seu status quo na elite nojenta de burocratas deste país corrompido.

Poderia terminar o texto com as já várias suspeitas de corrupção mas isso seria redundância. Para bons entendedores, apenas dizer que nós vamos pagar já basta para saber o que nós vamos pagar. Não vai ser barato, vai atrasar muito o nosso desenvolvimento (sabe-se Deus o que é isso), e não temos escolha. Foi eleito como o governo do amor, mas o pobre não come amor.