Self-harm: Recovering and Fighting the Urge. - Automutilação: Recuperação e Lutar Contra o Impulso.

in Freewriters2 years ago

I am bipolar, I have had many episodes of major depression, mixed state, self-harm, anorexia, psychosis and suicidal thoughts in the past. Some of these things are still issues that I'm dealing with in the present.
Today, I want to talk about one of those things specifically: self-harm.
Now it's been years since I've done self-harm, I used to do it while fighting anorexia mostly. I spent many years carrying these two things.
My choice of how to feed my personal monster was by slashing my wrists and thighs, I thought about putting a picture of my scars here, but that's not necessary and I wouldn't feel comfortable doing that. Furthermore, this text is not meant to be sad and negative, I just want to discuss an important issue within the topic of mental health.

Being bipolar in itself, it's hard not to occasionally flirt with thoughts of self-destruction and suicide. I try hard to get away from these things and focus on what's good in my life, but it would be a huge hypocrisy not to speak clearly that these things exist and happen and many people go through this. So I see value in talking about my experience.
I consider myself to have been addicted to self-harm, sometimes out of hatred, sadness, revenge (even if those I took revenge on didn't even know), an abusive and traumatic relationship I had at the time, the reasons vary.
It's been years since I stopped cutting myself, but what I want to talk about is the impulse that can keep happening, going back and forth, a desire (unfounded or not) to do that again. For many people, even after you've managed to "recover" you still feel like practicing self-harm, however that may be, for good reason or not.

Lately, I've been feeling these urges and having pretty negative thoughts related to this and other things. These things occur according to my depressed, mixed or psychotic moods, but I've felt like cutting myself at times that felt completely meaningless to me, what I mean by that is that a person who has recovered from self-harm addiction is the same as someone who managed to overcome a drug addiction, for example. This person may have recovered from the addiction, but still feel the urge to do it again.
But, there are ways to directly deal with these feelings and desires and I want to offer some suggestions for people who have also been through recurring episodes of self-harm. A good tactic is to rub an ice cube on the part of the body where you feel like hurting yourself or write/draw something there, you can write down the negative feelings that make you want to hurt yourself or draw something that brings you joy, to help shape what you think of when you look at that part of your body. You can find your own ways to distract yourself from bad thoughts, practicing your favorite hobbies, writing stories or poems in which you can express yourself, drawing or painting images in which you show your feelings, you can be creative!
Of course, a very important thing is to talk about it with someone you trust, someone who understands you and supports you.

I wrote this text to maybe reach someone, a single person, who needed to hear these words. And for you, I say:
I went through it too, I go through it to this day. I am like you and there are many others. I struggle with these bad feelings and cravings all the time, and as one very clever cartoon told me, “It get's easier; Every single day it get's a little easier; You have to do it everyday, that's the hard part; But it gets easier."


Source

Thanks for reading.

Eu sou bipolar, tive muitos episódios de depressão profunda, estado misto, automutilação, anorexia, psicose e pensamentos suicidas no passado. Algumas dessas coisas ainda são questões com as quais eu estou lidando no presente.
Hoje, quero falar sobre uma dessas coisas especificamente: a automutilação.
Agora já fazem anos que eu não pratico automutilação, eu costumava fazer isso enquanto lutava contra a anorexia principalmente. Passei muitos anos carregando essas duas coisas.
A minha escolha de como alimentar o meu monstro pessoal era cortando os pulsos e coxas, eu pensei sobre colocar uma foto das minhas cicatrizes aqui, mas isso não é necessário e eu não me sentiria confortável fazendo isso. Além do mais, esse texto não é para ser triste e negativo, eu apenas quero discutir uma questão importante dentro do tema de saúde mental.

Sendo bipolar por si só, é difícil não flertar de vez em quando com ideias de autodestruição e suicídio. Eu me esforço para conseguir desviar dessas coisas e focar no que eu tenho de bom em minha vida, mas seria uma enorme hipocrisia não falar com clareza que essas coisas existem e acontecem e muitas pessoas passam por isso. Por isso, eu vejo valor em falar sobre a minha experiência.
Eu considero que já fui viciada na automutilação, às vezes por ódio, tristeza, vingança(mesmo que aqueles de quem eu me vingava nem ao menos soubessem), um relacionamento abusivo e traumático que eu tive na época, os motivos variam.
Há anos já eu parei de me cortar, mas o que quero falar sobre é o impulso que pode continuar acontecendo, indo e voltando, uma vontade(infundada ou não) de voltar a fazer aquilo. Para muitas pessoas, mesmo depois que você consegue se “recuperar” você continua sentindo vontade de praticar a automutilação, seja como for, com motivos ou não.

Ultimamente, eu tenho sentido esses impulsos e tido pensamentos bastante negativos relacionados com isso e outras coisas. Essas coisas ocorrem de acordo com meus humores depressivos, mistos ou psicóticos, mas já senti vontade de me cortar em momentos que pareceram completamente sem sentido para mim, o que eu quero dizer com isso é que uma pessoa que se recuperou do vício da automutilação é o mesmo que alguém que conseguiu vencer um vício de drogas, por exemplo. Essa pessoa pode estar recuperada do vício, mas ainda assim sentir vontade de voltar a praticá-lo.
Mas, existem formas de lidar diretamente com esses sentimentos e vontades e eu quero dar algumas sugestões para pessoas que também passaram por episódios recorrentes de automutilação. Uma boa tática é esfregar um cubo de gelo na parte do corpo em que você sente vontade de se machucar ou escrever/desenhar algo ali, você pode escrever os sentimentos negativos que te causam vontade de se machucar ou desenhar algo que te traga alegria, para ajudar a moldar o que você pensa quando olha para aquela parte de seu corpo. Você pode buscar suas próprias formas de se distrair contra os pensamentos ruins, praticando seus hobbies preferidos, escrevendo histórias ou poemas em que possa se expressar, desenhando ou pintando imagens nas quais você demonstra seus sentimentos, pode ser criativo!
Claro que uma coisa muito importante é conversar sobre isso com alguém em que confie, alguém que te entenda e te apoie.

Eu escrevi esse texto para atingir alguém, uma única pessoa que seja, que precisava ouvir essas palavras. E para você mesmo, eu digo:
Eu passei por isso também, eu passo por isso até hoje. Sou como você e existem muitos outros. Eu luto contra esses sentimentos ruins e vontades sempre e, como um desenho animado muito inteligente me disse: “Fica mais fácil; Cada dia fica um pouco mais fácil; Mas você precisa continuar todos os dias, essa é a parte difícil; Mas fica mais fácil.”


Fonte

Obrigado pela leitura.

Sort:  

Obrigado por promover a comunidade Hive-BR em suas postagens.

Vamos seguir fortalecendo a Hive

Metade das recompensas dessa resposta serão destinadas ao autor do post.

Extremamente importante o tema, corajosa sua abertura e lúcida sua abordagem. Eu acho que sabe bem que estou aqui pra te ouvir né? E sobre as tatuagens nos pontos, é uma ótima ideia.

Sei sim, amor. Mas a complexidade disso se estende de formas que podem fazer ser muito difícil conseguir se expressar verbalmente sobre, eu espero ainda que possamos conversar sobre isso profundamente e que eu consiga dizer tudo que penso e sinto sobre esse assunto, a única coisa que impede é o fato de eu possivelmente não estar completamente pronta pra isso. Mas sei que vou chegar lá.

Um assunto bem complexo e extremamente relevante.
Muito obrigado por compartilhar sua vivencia... só posso imaginar o quão difícil deve ser expor um assunto tão delicado...