Fala @guifaquetti! Fico feliz que tenha assistido a boa parte da conversa (a ideia era ser apenas duas horas, mas nos estendemos muito, e olha que nem passamos por todos os pontos que queríamos). Quanto à possibilidade de outra ética que não a da normatividade num contrato social, bem... Pensadores como John Rawls, o mais famoso contratualista da contemporaneidade, defendem que a ética é irrelevante para o contrato social, que o que importa é, no fim das contas, chegar a um acordo mínimo sobre princípios (independente da justificação ética que possamos dar) para a sociedade (no caso, Rawls pensa uma sociedade necessariamente democrática e pluralista). Uma "Ética Libertária", nesse sentido, talvez sequer seja contratualista em sentido da filosofia política (existe uma confusão muito comum entre Ética e Filosofia Política, porque são áreas bem próximas). Enfim, é curioso que me faça essa pergunta porque tô recentemente justamente estudando John Rawls na faculdade, e a teoria do contrato social. Agora, se formos basear uma sociedade estritamente numa corrente ética, então sim, a normatividade é decisiva. O problema é achar uma sociedade que se baseia meramente em ética e não em acordos do tipo civi law ou common law (Rawls advoga pela common law, tal qual vemos nos EUA, que é diferente da civil law brasileira). O que te recomendo, portanto, pra pensar o contrato social é que leia John Rawls, em especial seu livro Liberalismo Político e seu outro livro Uma Teoria da Justiça.
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