Um aspecto interessante do confinamento foi termos de fazer coisas que habitualmente compramos, delegamos ou confiamos que outros façam por nós. Aconteceu muito com o pão. Não é que houvesse falta de pão por os padeiros não trabalharem, mas a aparente necessidade de não sair de casa e a sensação de perigo e desconforto nas superfícies comerciais fizeram com que muita gente se aventurasse a fazer pão em casa.
No meu caso, era algo que vinha sendo adiado há muito tempo.
"Um dia faço pão." era um pensamento que me aparecia muitas vezes mas depressa ia embora por não ser de facto necessário.
Desta vez até o fiz com gosto. Tinha tempo, a ideia de ir comprar pão era mais desconfortável do que fazer o pão em casa e no final ainda tinha oportunidade de aprender ou aprimorar qualquer coisa.
Muita gente se dedicou à culinária como nunca. Outros aprenderam a bordar. Outros ainda aproveitaram para melhorar os seus dotes de bricolage. Enfim... houve de tudo mas pelo que fui acompanhando pelas redes sociais a equipa dos novos padeiros foi quem ganhou. Não partilhei nas redes sociais (talvez em privado para familiares e alguns amigos) mas fiz parte do gang do pão caseiro.
E continuei a fazer pão, esporadicamente, porque é giro. E porque me sobrou muita farinha!
RMach
Eu adoro pão e adoro as padarias brasileiras, uma herança maravilhosa da nossa colonização de origem portuguesa.