O fato é que não existe gente perfeita! E definitivamente, quando se vai vivendo, existindo, percebe-se que não existe gente realmente com uma mentalidade cem por cento saudável! Todo mundo tem algum distúrbio, em maior ou menor grau! Ao se deparar com um suposto intelectual de primeira linha (apesar de controverso, visto seu apego por religião e seu passado de astrólogo?!?!?!) nós temos esse choque de "meu mestre é uma farsa", novamente, ele não é meu mestre por que nem o conheço, mas muita gente idolatra ele claramente. Mas posso dizer que já quebrei a cara com outra pessoa: Waldo Vieira.
A maioria não conhece esse senhor barbudo com cara de cientista louco, o que me espantava, visto seu potencial e intelectualidade. Waldo Vieira em resumo foi um dissidente do espiritismo que sentiu necessidade de transformar tudo que aprendeu sobre os conceitos do "extra-físico" em uma ciência, sem ligações diretamente religiosas. Criou então a Conscienciologia. Uma pseudo-ciência (eles dizem que é apenas ciência mesmo) do estudo das energias, do extra físico, da alma, etc. Naturalmente esbarram na religião mesmo que jurem de pés juntos que não. Tentam criar um ambiente asséptico, uma visão científica e metódica, fria e calculista de conceitos como "amparador extrafísico" (o antigo anjo da guarda), os chacras (pontos de energia, conceito oriental milenar) e assim por diante. Evitam conceitos como Deus e etc. Waldo querendo ou fingindo não querer acabou por criar um culto brutal em sua volta e diferente dos charlatões, não esbanjava riquezas e nem abusava sexualmente de seus "discípulos", mas de certa forma era megalomaníaco, a conscienciologia tornou-se claramente uma seita, quando observada de fora chega a ser bizarro. Mais de 500 pessoas morando junto num local chamado Cognópolis (cidade da cognição) vivendo em casas energéticamente blindadas, buscando ter uma convivência restrita aos membros para evitar assédio energético e intoxicação. Pagam milhares para cursos de campo envolvendo bio energia e curas espirituais, dedicam horas e horas e horas escrevendo livros e dando cursos, vidrados no tema espiritual, praticamente nublando a realidade física e colocando-a em segundo plano diante do estudo do "lado de lá". Quando se entra na conscienciologia não se percebe essa drenagem da existência, esse vínculo brutal criado onde você não vive mais nada fora daquilo. Waldo Vieira conseguiu dominar massas sem desejar ser um líder exatamente, ou talvez desejasse, mas definitivamente acreditava em suas teorias, escrevia livros imensos, vários com mais de mil páginas, criou uma nova lingua científica, criou enciclopédias, trabalhou até seu último dia de saúde. A conscienciologia continua firme e forte, mas se você pesquisar mais fundo, não é novidade descobrir um grande número de dissidentes, pessoas que "não seguiram as regras" do jeito que é imposto lá dentro e acabaram por ser expulso e difamados, estes por sua vez revelaram algumas particularidades da seita, mas que não vem ao caso ficar explicitando aqui.
Um exemplo maior seria Gandhi, conhecidamente um poderoso líder mundial em termos de paz e sabedoria, mas que também tinha seus podres. Defendia o conceito de castas e acreditava que os povos inferiores deveriam aceitar sua situação e esperar uma mudança revolucionária, que seria inútil tentar qualquer coisa por sí próprio, negou o uso de penicilina a sua esposa quando esta precisou porém fez uso da mesma quando ele precisou.
O fato é que você pode encontrar erros e podres em todas as pessoas, todos afinal são humanos, não existe perfeição. Naturalmente que o principal disso é comprovar que isso não desfaz o potencial de bondade e importância das pessoas, a prova disso é exatamente elas serem conhecidas pelas suas assertividades e conquistas e não pelos erros e baixezas. Certamente todo líder e figura pública teve coisas boas a oferecer, todos tem potencial de influenciar e nos ajudar nesses árduos caminhos da vida, cada um escolhe o seu, contanto que tenhamos bem claro na mente que todos, todos sem exceção erram assim como nós, são apenas facetas da personalidade e da cultura.
Ótima reflexão, @thomashblum! Realmente, acredito que a religião acaba nos ensinando a separar as pessoas como boas ou más. No entanto, todos nós podemos ser bons em determinados momentos e maus em outros. Einstein era um péssimo marido, assim como Gandhi, mas isso não interfere no legado de ambos. É muito comum na política também adversários usarem a vida pessoal de um candidato para prejudicar a sua imagem. Mas é uma grande bobagem, todos possuem falhas. Obrigado por compartilhar ;)
Exato @casagrande. Você resumiu bem. E creio que nem é só na religião, acho que faz parte de nossa mecânica humana procurar esses "pilares" e acabar se "apaixonando" pelas figuras que representam, normalmente ignorando os erros e absurdos destes, mas isso é assim em todo lugar e com todo mundo. A questão política é um exemplo ótimo mesmo.
Todos temos defeitos, mas e quando nossos defeitos contradizem nossas ações e nossas falas? Gandhi tinha muitos defeitos quando era novo e foi perdendo-os, agora alguns gurus quanto mais o tempo passa, mais defeitos ganham... E precisamos falar e tratar disso.
Concordo contigo, realmente algumas pessoas tem a história anterior e a posterior. Outros ocultam seus defeitos ou simplesmente fingem não os ter. A lista é grande, se pesquisar na net verá uma quantia imensa de nomes de personagens de poder na sociedade que agem contrário ao que pregam, o que para uma pessoa informada e lúcida acaba tirando todo o encanto de seu discurso, visto que não pratica o que prega!
Excelente Thomas...eu via de regra hoje desconfio sempre da veemência de certos "gurus" ou "sabidos", "intelectuais" que acompanhamos na mídia, redes sociais e etc. Hoje vejo espantado o crescimento assustador no Brasil de coachs que dão aula sobre motivação, sucesso profissional e etc, e sinceramente eu duvido muito que a vida desses caras seja da forma como eles ensinam. Nunca fui fã de Olavo, acho que fala muita merda, mas tem muitos que os seguem...enfim...acho que ele ainda tem algum sucesso por causa da onda crescente no Brasil da revolta contra a política etc e ele fala o que o povo quer ouvir. Grande post!
Tu tocou num ponto nevrálgico meu amigo, essa onda coach é sem dúvidas uma ilusão, e esse povo todo aí de fato não tem todas as respostas. Acho que o que fica mais gritante nisso é o fato de que todo coacher supostamente esclarecido na vida acaba ganhando dinheiro ensinando a ser coacher, ou aqueles caras que tem a fórmula da riqueza e que ensinam que a fórmula é exatamente dar aulas sobre a fórmula da riqueza hahah. É uma pirâmide no final das contas.
Torne-se coacher você também! haha
Claro, não podemos desvalorizar tudo, por que mesmo nesse meio e na história do coaching certamente deve existir material de qualidade e boas dicas, mas não muda muito do que as auto-ajuda já ensinam né
Eu acho muito superficial essa onda de motivação e busca por sucesso. É a história da cartomante que se ela advinha e sabe de tudo, por que não acerta na megasena, entende? É por aí. Valeu Thomas.
Temos de idolatrar a bondade, seja do maior líder do mundo ou do mais pobre sem-abrigo. Há pessoas que são líderes de tudo, são bilionários, e serão as pessoas mais desprezíveis do mundo, más pessoas. Enquanto que há também pessoas bilionárias e bem sucedidas que são as melhores pessoas do mundo. Também há pobres e pessoas simples que são excelentes pessoas e de admirar, como há pobres que serão pessoas horríveis.
Por isso é que eu acho que o comunismo é falso, porque divide as pessoas em ricas e pobres. A democracia-cristã para mim é que está correcta, pois divide as pessoas entre boas e más, que é como elas se devem dividir, na minha opinião
Concordo! Não funciona essa dualidade exata do rico e pobre enquanto economia principalmente, mas se pensarmos em "rico de humanidade" e "pobre de humanidade" ou bondade em outras palavras, talvez faça mais sentido! Acho que todos tem algo a ensinar! Obrigado pelo comentário
Parabéns pela postagem, @thomashblum! Estamos enviando uma pequena recompensa como reconhecimento ;) Até a próxima!
Obrigado!! E obrigado pelo resteem!
Nobody's perfect, mas, como humanista, se tivesse que escolher um guru seria Gandhi. Já escrevi um post sobre pessoas inspiradoras que vou publicar hoje. Se puder espreite mais logo :). Parabéns pelo seu texto, completamente de acordo!
Por falar em conteúdos de qualidade, eu posso pedir-lhe um favor?
Fui escolhida para o desafio "Six of the Best" MAP25 Minnow Contest :), que ajuda os minnows que publicam conteúdos com qualidade a ter visibilidade no Steemit. Se eu ganhar, tenho 200 SP delegados durante 7 dias, que posso usar para votar também. Eu posso pedir se vc pode fazer upvote no meu comentário neste link?
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Se puder comente também, com a palavra "VOTE".
Muitíssimo obrigada! Abraço,
Isabel
Gandhi realmente foi um grande homem @nolasco! Sem dúvidas, por isso tentei salientar bem que esse tipo de erros (comuns em todos nós) não desfaz toda sua importância para nossa história!
E pode deixar que eu voto sim! Muito obrigado por ler e comentar.
Obrigada eu! Estamos em sintonia, sim, tem toda a razão.
Já publiquei o meu post, se quiser dê uma olhada ;) Bem haja!
https://steemit.com/pt/@nolasco/pessoas-inspiradoras-a-minha-escrita-e-fotos-no-meio-da-semana
Gostei da sua reflexão! Todo esse processo que você levantou é natural. Somos seres sociais, nos espelhamos naquilo que nos faz sentir bem, e normalmente isso surge das relações com outros seres humanos, seja essa relação direta ou indireta.
Mas antes acreditar em qualquer coisa que faz de Olavo esse monstro, faça uma análise do perfil dessa pessoa que escreve a carta. Pelo menos para mim, o comportamento dela nas redes sociais me parece de uma pessoa totalmente desequilibrada.
Não que Olavo deva ser de alguma forma santificado ou não criticado. Nem creio que ele espera ser visto como tal. Ele mesmo já falou muitas vezes de seu passado com essas coisas estranhas.
Mesmo que seja verdade, não invalida os feitos de Olavo.
Obrigado por comentar @jeanpierrerib, como disse no artigo, de fato qualquer atitude negativa não invalida os feitos de qualquer grande figura (na minha opinião), de fato existe esse contraponto a respeito da filha dele, mas não pesquisei a pessoa dela para dizer qualquer coisa ainda, mas obrigado pela dica!
Essa questão pode ir longe, e bate bastante com a questão do Woody Allen, sobre ele ter ou não abusado da filha, isso sem dúvidas é terrível, não existe desculpa para tal fato, porém não torna todos os filmes dele ruins, isso simplesmente ajuda a desmistificar uma figura supostamente superior e filosófica de confiança que ele era. Os filmes continuam sendo geniais, tais como os livros do Olavo!
Excelente abordagem, como é de costume dizer-se, errar é humano, faz o que digo, não faças o que faço ;) claro que o ideal seria o Guru praticar a mensagem que transmite por uma questão que credibilidade, mas lá no fundo, o que interessa mesmo é a natureza da mensagem, e de que forma poderá ser interpretada, quer pelo sujeito, quer pelo possível impacto no colectivo... Também desconfio da integridade de muitos "Gurus" fabricados, mas no caso de outros quantos, nao muitos, acredito que suas mensagens tenham influenciado o rumo da história em certos momentos.. Tudo se processa numa correlação de influências.. Ocorre-me por exemplo o caso de Helena Blavatsky que através dos seus ensinamentos teosóficos acabou por influenciar a obra de algumas das personalidades mais influentes da nossa história, nas mais diversas áreas, entre muitos, Albert Einstein, Thomas Edison, Gandhi, Tolstoy e até mesmo Fernando Pessoa :)
Olá Aleister! Sim, Blavatsky é um exemplo de grande influencia positiva na literatura e no conhecimento. Lembrei também de Alan Watts, que sempre dizia: Eu não sou um guru, eu simplesmente estou falando sobre o que gosto e acredito, mas não sigam meus passos.
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STOPEu não vejo problema no cara ter se interessado por astrologia 30 anos atrás.
Newton também era astrólogo, assim como Galileu. Nunca vi alguém dizer que deveríamos desconsiderar seus trabalhos fora do campo da astrologia somente pelo fato de terem sido astrólogos.