#01 - Uma semente começando a germinar

in #life6 years ago

08/02/2018 - 7:05

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Ontem tivemos mais uma reunião para continuar o projeto que o grupo que de gestão colaborativa do Espaço C junto com novos integrantes irá dar vida a um casarão na Rua das Laranjeiras, Rio de Janeiro.

O projeto e o lugar ainda não tem um nome definido e pode até continuar com o mesmo nome, nada está definido ainda. Estamos na fase de fazer um mutirão para organizar, limpar e pensar os espaços da casa.

A ideia é criar um ecossistema de empresas e iniciativas que tenham sinergia e se retroalimentem, cooperando para desenvolvimento mútuo.

Um dos desafios que se vislumbra é como desenvolver esse ecossistema de forma que o todo seja maior que a soma das partes.

Uma boa reflexão para entender sobre esse ponto é pensar qual é a real diferença entre um coliving e simplesmente dividir apartamento. Em termos objetivos não tem tanta diferença, a diferença está mais no sútil na intenção.

Isso porque, quando dividimos apartamento queremos apenas baratear a despesa, mas não necessariamente queremos conviver com a outra pessoa. No Coliving a proposta é outro é que as pessoas se apoiem, conversem, cuidem da casa juntos, façam encontros e etc..

Ou seja, por se tratar de questões sutis, as vezes é difícil definir com explicações objetivas de quais são as diferenças. Mas basicamente é o desejo de fazer cuidado e confiança mútuo, apoio e colaboração. Acho que eu definiria assim.

Bom, nos colivings, tanto no que morei, como em outros de amigos, a forma objetiva de obter e checar esse aspecto é através de encontro pré-estabelecidos, que são obrigatórios para convivência.

Na casa que eu morei escolhíamos um dia na semana que ficamos no mínimo 4 horas conversando sobre a vida de cada um, as coisas da casa e depois faziamos algum tipo de atividade necessária na casa. Consertar algo, arrumar alguma coisa, plantar, fazer algum tipo de manutenção... e era interessante ver como o trabalho realizado em grupo era muito mais divertido e leve do que ter que fazer umas tarefas sozinho.

Na casa de uns amigos, é basicamente a mesma dinâmica, mas os encontros são divididos. Segunda-feira a noite existe um jantar entre todos que moram na casa, que conversam sobre aspectos da vida. Um encontro de corações para falar sobre as questões internas de cada um.

Nada de prático é conversado nesse encontro, mas sim são trazidos as questões internas de cada um. Na quarta-feira de manhã são abordadas as questões práticas e realizadas as respectivas atividades em grupo.

Ou seja, a tecnologia social desenvolvida nesses experimentos tem a ver com espaços de convivência em que são compartilhados as individualidades de maneira que o outro não seja um estranho para você.

É muito interessante perceber que quanto mais há o afastamento mais o outro começa a ser um incômodo, pois começamos a não entender o porque o outro faz o que faz, e nessa estranheza passa-se a achar tudo um empecilho.

Acho que todos já tiveram a experiência de dividir casa, nem que seja com a própria família, e a crença geral é de que convivência é f...

Porém, posso falar que nessas experiências, os conflitos ficam muito mais claros e o que seria um motivo para ficar incomodado, vira um chamado para entender o que está acontecendo com o outro, e o apoio mútuo tira um pouco do peso do programa que é baixado em cada um de nós de que "temos que enfrentar o mundo sozinho".

A verdade é que não temos que "enfrentar" o mundo. O mundo é feito de pessoas que estão acreditando que tem que enfrentar uma as outras e que não é nem um pouco verdade, a não ser por se acreditar nisso.

Bom, viagens a parte... Essa reflexão toda é para entendermos como replicar isso em um ambiente de iniciativas variadas.

Nesse laboratório que estará funcionando em breve, provavelmente, o experimento irá envolver tipos de encontros para que as iniciativas sejam compartilhadas, bem como o próprio espaço e suas potencialidades sejam pensadas.

Pretende-se com isso criar um espaço de confiança e cuidado para desenvolvimento exponencial das possibilidades!

O espaço é incrível, e algumas possibilidades que estão surgindo são: restaurante, bar, coworking, salas de trabalho, sala para atendimentos variados, sala de reunião, estúdio, creche parental, salão para eventos variados (workshop, cursos, vivências e etc...).

Quem tiver iniciativas e tiver vontade de construir algo integrado com outros, pode chegar para conversar e ver as possibilidades!

Depois compartilho outros pontos desafiadores que servem de muitas reflexões e que também estão sendo trazidos.

Saudações,
Lucas O. Portella

Financiamento Coletivo: https://unlock.fund/pt-BR/lucasoportella

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Bem interessante essa ideia. Por experiência própria, é muito difícil achar um local de estudo silencioso no rio. As bibliotecas municipais e estaduais estão em "reforma" ou fechadas. E as salas de estudos particulares são muito caras. É isso ai, ter ideias, correr atrás, é o que nos faz continuar produzindo, e no futuro se tem mais chances de colher as recompensas.

É isso ai Matheus! Obrigado pela comentário e contribuição!

Me interessei muito por isso também. Algumas frases marcantes e para pensar:

  • reuniões prévias e com dias da semana separados, achei ótimo isso.
  • fazer as coisas em equipe é muito mais leve e divertido.
  • quanto mais afastamento, mais incômodo "com tudo".

Muito bom! Espero que publique mais, sobre o desenvolvimento, desenrolar e desafios. E que faça muito sucesso!

Obrigado @casberp ! Muito sucesso para você também!

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