Há muito tempo tenho tido a reflexão sobre a nossa relação com o trabalho. Sei que o senso comum diz que: "trabalho é trabalho", que "temos que nos esforçar", que "nem tudo na vida é fácil" e afins.
Porém, decidi olhar com mais profundidade para esse assunto e realmente questionar se essas premissas são verdadeiras ou são apenas crenças limitantes.
No último ano, fui até o limite desse questionamento, observando bem todas as tarefas das iniciativas que estou envolvido, e pude observar que mesmo envolvido em projetos interessantes, certas atividades dentro deles não me agradam de realizar, e, portanto, me tiram energia ao invés de me dar energia.
Isso é bem interessante de se perceber, pois, fica a pergunta será que é possível viver fazendo só aquilo que te energiza?
Nessa busca está claro, como digo várias vezes, a questão da não-hierarquia, pois acredito que isso seja uma distorção no campo natural.
Toda a natureza se organiza em rede, sem uma classe burocrática ou administrativa que comanda o que deve ser feito.
Acredito que iremos retornar a um estado de criação e produção, mais integrado com esse conceito, sem precisar estabelecer cadeias de comando e controle.
Ontem, na conversa com uma amiga, surgiram vários desses questionamentos sobre essa questão de fazer essencialmente o que gosta ou ter que se submeter a trabalhos que não bem o que gostaríamos de fazer.
Um livro que ela recomendou sobre o assunto que ela está lendo é o "Propósito: A Coragem de Ser Quem Somos - Prem Baba".
Bom, no caso dela, hoje ela equilibra a vida fazendo parte de trabalhos que não são os que escolheria, mas são necessários para manter a saúde de suas finanças, e outra parte de projetos que a nutre em outros aspectos que não o financeiro.
Uma pessoa muito próxima a ela, que é artista, está focada em conseguir desenvolver seu trabalho só na forma essencial e as vezes tem encontrado dificuldades.
Bom, eu também percebo essa dicotomia entre "o que gostamos" e "o que sustenta" financeiramente. No meu caso, os trabalhos jurídicos e burocráticos apoiando os empreendedores é o que tem gerado retorno financeiro.
Eu gosto muito de fazer esse trabalho, mas gostaria de que essa parte ficasse apenas em uma apoio e consultoria, fazendo em conjunto com o empreendedor o passo a passo.
Isso porque, acredito que dessa forma o empreendedor ficará mais consciente dos processos e estará mais por dentro do seu negócio, estando mais apto para tomar decisões e inclusive para ficar, como tempo, mais independente de qualquer serviço que eu possa oferecer.
Porém, ainda é a execução de tarefas que o empreendedor não quer aprofundar muito conhecimento como formalização jurídica da empresa, registro de marca, elaboração de contratos, que trazem renda no trabalho.
Fazer esses trabalhos sozinho, nem sempre são energizantes, e acabam entrando no lugar de tarefas comuns, que lembram a época de escritório tradicional e pouco me fazem sentir dentro da Nova Economia!
Minha ideia é cada vez mais, ir fazendo isso em conjunto com o empreendedor, dando mais uma assessoria a cada passo, mesmo que seja para formalização de empresa, elaboração de contratos, registros de marca ou de propriedade intelectual.
Isso além de permitir o aumento de conhecimento dos empreendedores nesses assuntos, também permite que o serviço seja mais acessível.
Já que, por ocupar menos tempo, permite que mais pessoas sejam atendidas e que seja menos custoso.
Esse é um projeto em andamento, pois há necessidade de mudança de paradigma, em relação ao formato de prestação de serviço. A ideia é muito mais estar junto nos negócios, do que estar em um outro lado do balcão, com uma separação "prestador x cliente", 'contratante x contratado" e/ou "nós x eles".
Nessa linha, o intuito é integrar, como dizemos na Prospera (Uma não-organização em rede) não existe EU e ELE, existe apenas NÓS, formado por cada NÓ da rede.
Isso é uma mudança de paradigma muito grande, que é preciso desconstruir internamente para vivenciar cada vez mais a liberdade.
No meu caso, escrever é uma atividade que me aproxima muito da minha busca essencial, que sinto bem integrado, escrevo divulgando ideias, divulgando iniciativas.. E em breve talvez isso já será suficiente para sustento financeiro e isso permitirá ser livre.
Interessante, que ontem assistindo episódio da série "Merlí" (3ª temporada - Episódio 11) há uma exploração em relação ao filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel.
Hegel tinha como centro do seu trabalho a questão da Dialética, em especial em relação a "mestre x escravo".
No episódio, coloca-se que as relações humanas sempre tem essa polaridade.
Abro um parênteses para colocar que, pessoalmente, acredito que a nossa sociedade atual está organizada sim dessa forma, porém, não acredito que seja natural ou inerente ao ser humano, a comunicação não-violenta, e outros trabalhos relacionados a não violência mostram outras formas de interagir e se relacionar, que acredito que sejam mais naturais apesar de não serem habituais.
O interessante das reflexões trazidas no episódio que ambos, tanto o mestre como o escravo querem ser livres, mas estão sempre vivendo em função um do outro.
Portanto, a conclusão que a liberdade só vira quando ambos deixarem de usar um ao outro como referência, não esperarem reconhecimento ou aplausos, e passarem a agir de forma que o que fizerem tenha sentido por si só.
Acho que isso tem muito a ver com a questão tratada aqui!
Ou seja, a conclusão é que só seremos livres, quando realizarmos ações que façam sentido por si só, que não sejam feitas para ganhar dinheiro ou para algum outro fim, que não seja a realização da atividade em si... Mas cada um vai encontrar seu caminho para chegar nesse lugar.
Acho que isso tem a ver com a busca essencial, que sempre coloco como ponto de investigação para nós.
Já dá para dar uma boa viajada por hoje...
Saudações,
Lucas O. Portella - www.steemit.com/@lucasportella
Financiamento coletivo: https://unlock.fund/pt-BR/lucasoportella
Rapaz, sou bem pragmático e até pessimista quanto a isso. Trabalhar fazendo só o que gosta é o paraíso na Terra, mas é pra poucos. Pra a grande maioria trabalhar sempre será labuta, dar duro. Um meio de sobreviver. Mas felizes os poucos que conseguem fazer do trabalho um lazer. Porque esses nunca precisaram trabalhar único dia na vida.
Obrigado pelo comentário! Tem um ditado que diz: Você pode acreditar que pode fazer ou acreditar que não pode fazer, de qualquer maneira está certa... A física quântica e a Nova Ciência parece estar cada vez mais trazendo essa visão de que realidade funciona mais parecida com um pensamento do que algo estático e concreto... Eu não sei... To na observação tentando entender tudo isso! rs... Vamos seguindo! Obrigado de novo por compartilhar sua visão! Abraços!
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Muito interessante este tipo de reflexão, belo post!
Obrigado!
Pelo o que descreveu tem apenas alguns pontos/ tarefas que não gosta no seu trabalho certo? Tente fazer um exercício mental, tente olhar com outros olhos para essas tarefas que você não gosta, tente liberar sua mente, não pensar no ponto negativo dessa tarefa. Assim você pode ter outra perspectiva e começar a apreciar.
Sim! Obrigado por compartilhar!
Excelente reflexao!!
Esse ano eu finalmente saí da minha gaiola dourada! E q venha esse admiravel mundo novo da liberdade e incerteza!
Mt melhor q vida de burocracia, mesmo q cheio de desafios!
#tmj
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Primeiramente parabéns pelo texto, concordo com que você diz, e acrescento que a busca pela felicidade no trabalho tem muito a ver com auto consciência, a infelicidade laboral é um sinal de que a pessoa não está no ofício ideal, claro que nem todas as tarefas são flores, por isso mesmo que é sempre necessário ter consciência do objetivo final, até o próximo texto!