Uma tribo para chamar de minha! / A tribe to call my own!

in #cine3 years ago

English version at the end of the post

Essa é minha primeira postagem aqui no Cine Tv, mas em momento algum me senti mais em casa nas tribos da Hive do que agora. Se existe uma coisa que amo e levo a sério é o cinema e seu poder de mexer com nossas emoções.

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Desde criança fui um expectador esfomeado pelas histórias mais diversas que meus olhos poderiam captar naquelas velhas televisões de tubo (inclusive com molde de madeira em volta), meus pais me deram o péssimo hábito de ver filmes de terror desde cedo (cedo mesmo), mas supostamente aquilo tudo não me afetava de forma negativa, eu não tinha medo ou pesadelos, sabia que era apenas filme.
Mas acho que só comecei a ganhar consciência do potencial do cinema e de seu valor como um instrumento de expansão da consciência quando estava já na pré-adolescência e via alguns filmes "estranhos" pela madrugada, ainda na TV aberta. Lembrando que estou falando de uma era onde ainda não existia internet na casa de todo mundo. Só fui ter acesso ao repertório virtual de possibilidades (e ainda assim limitado e confuso, tal como foi o começo da popularização da internet) lá pelos meus 18 anos de idade.
Que inclusive foi a época onde, inspirado pelo cinema independente ou mesmo pelos clássicos obscuros de horror, resolvemos começar a fazer cinema. Ou melhor, a fazer pequenos curta-metragens, com orçamento zero, uma câmera digital de baixa qualidade (que na época era tudo que havia de alcançável para meu orçamento e para uma cidade pequena como a em que eu moro), minha inspiração maior sempre foi David Lynch, que eu espero escrever a respeito aqui logo que possível, mas havia um pouco de tudo nessa experiência cinematográfica.

Nem vou falar mais nada, acho que mostrar esse curta metragem de 15 anos de idade pode falar por si só:

A estética meio expressionista alemã, misturada com músicas ambientes do Silent Hill 1 e momento gore clássicamente forçado e trash permeiam nossa primeira experiência. Depois disso vieram vários e vários curtas com as ideias mais bizarras possíveis.
E infelizmente com o passar dos anos, foi se tornando mais difícil para nós fazer cinema, seja por que não havia tanto tempo, seja por que aquela força juvenil havia se esvaído ou seja por que simplesmente mudamos de visão de mundo.

Porém, o que não mudou foi minha relação de amor com os filmes, que se tornaram cada vez mais e mais apurados, eu degustava o cinema mundial como quem degusta um prato exótico: cinema asiático, cinema árabe, cinema dinamarquês, cinema nacional, argentino, espanhol, alemão, islandês. O cardápio é infinito! E quantos ainda nem imagino que existem?? Minha lista de filmes para assistir é infinita, e segundo o meu cadastro na rede social Filmow, eu já assisti o equivalente à: 99d0h56min de filmes... E é claro que não foi só isso, por que ali baseia-se unicamente nos filmes que cliquei em "já vi" mas e quantos outros não lembro de já ter visto ou até mesmo nem estão cadastrados ali?

Enfim, eu espero que esse meu amor por cinema possa ser transmitido aqui para todos que tenham interesse no tema tanto quanto eu, espero falar de muitos diretores que amo, muitos filmes que marcaram minha vida, fazer listas (amo fazer listas), falar de cinema baseado em fatos reais, filmes de drama, filmes chocantes e impactantes, filmes de comédia, animações que tocaram minha alma e tantas outras coisas. Agradeço a todos que se interessarem e ficarem de olho nas minhas postagens, espero faze-las ao menos duas vezes na semana conforme eu me organizar com essa nova agenda de postagens das tribos.

Um abraço e ótima semana a todos!

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ENGLISH VERSION


This is my first post here on Cine Tv, but at no time did I feel more at home in the Hive tribes than now. If there is one thing I love and take seriously, it is the cinema and its power to affect our emotions.

source

Since I was a child I was a hungry spectator for the most diverse stories that my eyes could catch on those old tube televisions (even with wooden molding around them), my parents gave me the terrible habit of watching horror movies from an early age, but supposedly it didn't affect me in a negative way, I had no fear or nightmares, I knew it was just a movie.
But I think I only started to become aware of the potential of cinema and its value as an instrument for the expansion of consciousness when I was already in my pre-adolescence and I saw some "strange" films in the early hours, still on open TV. Remembering that I am talking about an era where there was still no internet in everyone's home. I was only able to access the virtual repertoire of possibilities (and still limited and confusing, such as the beginning of the popularization of the internet) around the age of 18.
That was even the time when, inspired by independent cinema or even the obscure horror classics, we decided to start making cinema. Or rather, making short films, with zero budget, a low quality digital camera (which at the time was all that was achievable for my budget and for a small city like the one I live in), my biggest inspiration ever it was David Lynch, who I hope to write about here as soon as possible, but there was a little bit of everything in that cinematic experience.

I'm not even going to say anything else, I think showing this 15-year-old short film can speak for itself:

A bit German expressionist aesthetics, mixed with ambient music from Silent Hill 1 and a classic forced and trash gore moment permeate our first experience. After that came several and several shorts with the most bizarre ideas possible.
And unfortunately over the years, it has become more difficult for us to make cinema, either because there wasn’t so much time, or because that youthful force had waned, or because we simply changed our worldview.

However, what did not change was my love relationship with the films, which became more and more refined, I tasted world cinema as one who tastes an exotic dish: Asian cinema, Arab cinema, Danish cinema, National cinema, Argentine , Spanish, German, Icelandic. The menu is endless! And how many do not even imagine that there are ?? My list of films to watch is endless, and according to my registration on the social network Filmow, I have already watched the equivalent of: 99d0h56min of films ... And of course it wasn't just that, why there it is based solely on the films I clicked on "already seen" but how many others do I remember having seen or are not even registered there?

Anyway, I hope that my love for cinema can be transmitted here to everyone who is interested in the topic as much as I am, I hope to talk about many directors that I love, many films that have marked my life, making lists (I love making lists), talking about cinema based on real events, drama films, shocking and impacting films, comedy films, animations that touched my soul and so many other things. I thank everyone who is interested and keeps an eye on my posts, I hope to do them at least twice a week as I organize myself with this new tribes posting schedule.

A hug and great week to all!

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Eu estou digamos, sem palavras para descrever o que eu acabei de descobrir seu

Que eu sabia que tu gostava do cinema em si, isso sim. Mas não a esse ponto. E muito menos ter produzido algo lá em 2005 e postado no Youtube quando nem era do Google, com internet horrível que tinhamos aqui. Eu já disse, só por isso já vale ouro você ter.

De qualquer forma, que ideia genial! Adorei a maneira como foi feita, ainda mais pelas limitações, as disponibilidades para aquele tempo, e mesmo assim, algo incrível. Que sinceramente, é melhor que muitas outras coisas que eu vejo por aí atualmente. Com a tecnologia de hoje.

Eu já sei que eu vou adorar acompanhar seus post ainda mais agora!

Parabéns!

ps: @wiseagent cara, vem dar uma olhada aqui

Valeu amigo!! Fiquei feliz que tenha gostado. Realmente vale muito pela experiência em si e de ter isso como uma peça do passado da internet e também da minha juventude! Algumas outras produções são mais bem feitas, mas essa foi a primeira. Meu foco aqui vai ser mais as postagens a respeito de cinema mesmo, mas ocasionalmente posto algum material das minhas experimentações cinematográficas também hahah.

Sim, sei que seu foco vai ser a respeito de cinema. E é isso que eu quero ver, pois depois dessas suas experiências e tudo, só faz agregar ainda mais o valor das postagens haha

Fiquei tão surpreso com esse post quanto @hranhuk, haha! Que trabalho interessante!

O conceito dá margem para várias interpretações. A trilha sonora é ótima (gostei especialmente do contraste com a cena trash / gore, no final) e o modo como o curta-metragem foi filmado tem uma boa dose de criatividade (sem ter uma única fala, conseguiu dizer tudo... e de várias maneiras).

Pergunta: O lance da gota de lágrima (que está no rosto dos dois personagens) tem alguma coisa que promova uma "conexão" entre eles? Haha! Isso me fez pensar em uma trama com algum "nó" entre mundo real e paralelo.

Obrigado meu amigo!! Que bom que gostou heheh. Então, interessante seu questionamento sobre a lágrima. Na época lembro que isso foi ideia da minha namorada, que era essa garota ali com a lágrima haha. E provavelmente era esse conceito, do "maníaco" notar que ela tinha a mesma marca (que pode ser interpretada como uma marca das pessoas que sentem e sofrem haha) e daí se apaixonar por ela.

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Bom demais man!!! Curti muito seu curta, na época era a melhor camera que você podia ter e hoje em dia gastam uma grana em efeitos visuais para deixar igual você fez... hehehe
Estarei seguindo suas postagens também! Muito bom te ver por aqui!

Valeu grande @fireguardian! Bom ver você aqui também! Realmente, hoje em dia o lo-fi e o vintage estão precisando de mil e um filtros para simularem coisas que antes eram espontâneas hahah. Só seria mais louco ainda se tivessemos usado filmadora com fita vhs hahah